quarta-feira, 6 de abril de 2011

Semente de maçã

Semente de maçã
Outro dia... Não sei por que, ao comer uma maçã observei que uma das suas sementes ficou grudada na minha mão. Algo comum e corriqueiro, com um detalhe, eu não estava num dia normal. Meus pensamentos estavam a buscar uma solução para a realidade dos conflitos e diferenças entre pessoas, as quais se cruzam a todo o momento, ainda que irmãos em Deus. Enfim, estava aflito. Estava à procura de me fazer compreender dentro da existência de vida irmanada. Pensava... No princípio era um e agora somos muitos.
Por um instante, algo impressionante me impulsionou para o fundo da alma, como num passe de mágica, ultrapassando conceitos e preconceitos até atingir o nada. Isto mesmo, o nada... Vazio... Estático. No estágio de parecer sem vida, igual à semente grudada na minha mão.
Não oferecendo reação ou contestação, não tenho a mínima ideia por quanto tempo fiquei sem ação. Só sei que foi bom! Algo calmo e tranquilo, longe dos atritos da minha incansável fonte de pensamentos, a raciocinar, a buscar razões e justificativas para não ser eu mesmo. Como se fosse possível mudar o que sou. Desgaste mental tolo e bobo.
Incrível! E, ao mesmo tempo difícil de entender, questionava como uma semente podia chamar tanta atenção a ponto de levar-me a ter contato com a Lei da Transformação? Da inexistência para existência? Do não manifestado para o manifestado? Fato é que me encontrava num silêncio profundo a observar e desvendar o mistério das etapas seguintes, broto, árvore e frutos contidos no germe em seu estado inicial. Foi o mesmo que tirar a venda dos olhos e enxergar o princípio do nascimento, vida e multiplicação. A tão almejada continuação de existir após ter cumprido os desígnios de ser fruto, retornar semente e, de novo, poder virar maçã no efeito da metamorfose.
Ao votar desta transcendência, pasmem, encontro um olhar completamente diferente para a pequena parte de uma fruta, cuja fração embrionária continuava grudada na minha mão. Mas, agora, vista de forma diferente.
Não era mais apenas uma semente e, sim, o próprio fruto que há pouco deliciava e saciava a minha fome. Para entender melhor, numa rapidez inexplicável me vi no túnel do tempo sendo lançado para o futuro. Atento, eu fui observando passo a passo o desenrolar do miúdo grão. Primeiro, a deitar numa camada de terra que por si só buscava a germinação. Depois, se transformando numa velocidade extraordinária até me ver sentado em baixo de uma frondosa macieira, comendo e saboreando o produto final da semente grudada na minha mão.
Que viagem alucinante! Foi maravilhoso observar uma semente tornar árvore, dar fruto e voltar a ser múltiplas sementes.
O interessante foi descobrir que a vida é continuidade para os que são obedientes e acatam as origens. “Crescei e multiplicai-vos”, em respeito a si próprio, pois, o próprio, está contido dentro da evolução e preservação de cada espécie. Aí, neste instante, fiquei iluminado! Pude entender a grandeza de ter nascido para sempre existir. Da importância de experimentar as etapas da existência. Do amar e entregar para evoluir nas fases da vida. Compreender que é melhor germinar nas minhas raízes para frutificar o que sou e serei. Entender que as transformações é o caminho da eternidade. Deixar renovar o Pai, o Filho e o Espírito Santo para suceder e multiplicar a semente do Criador. Eu... Você... E, todos na comunhão do caráter de Deus.

Rubens Fernandes
rubensfernandes@bol.com.br

Um comentário:

pestile disse...

Legal Rubinho!
Gostei muito!
Continue mesmo a refletir para entender o grande propósito de Deus para nossa vida!
Já tive uma experiência parecida com esta!`
É muito bom! Tranquilizante!
Que O Criador abençoe todos nós!
Abraços da prima que te admira!
Marisa