sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O sentimento não muda...

O sentimento não muda...

Enquanto o tempo muda, os nossos conceitos e crenças vão se estabelecendo tanto na mente individual, como na mente coletiva. Assim, nascem novos padrões de vida, seguidas por atitudes diferentes das de apenas uma década passada. É tão rápido que nem nos damos conta que somos contaminados por estas ações e, quando nos vemos, estamos totalmente envolvidos, agindo e convivendo com novas ideias.
Com a mudança mal percebemos os agentes conflitantes existentes nos relacionamentos profissionais e familiares, fato que faz surgir à instabilidade emocional e, por vezes, enfermidades psicológicas. E, muitas vezes, a infelicidade. Tudo isto porque as pessoas entram em questionamentos interiores, pois, o sentimento não muda. Não existe nada mais conflitante do que acompanhar as transformações sendo o que não quer ser.
Geração após geração o amor continua sendo o verdadeiro elo entre o pensar, o falar e o fazer. Quando desejamos do fundo do nosso coração, qualquer trapaça mental, aplicada a não concretização do mesmo, automaticamente nos leva a entrar em depressão.
O maior sofrimento do homem está focado na sua quietude interna e isto ocorre justamente porque o sentimento autêntico não consegue se manifestar. De que adianta ter vontade de realizar e não concretizar? Nada!
Então, o melhor é parar de ser Maria vai com as outras. Acompanhar a modernidade só para não se sentir passado para trás, é um vício de interesse do ego e não da sua formação exemplar. Nestes casos, o coração na maior parte das vezes é colocado de lado pela mente que passa a ocupar todos os espaços e, da mesma forma, a comandar primeiro a seu favor e, depois, a contaminar e a envolver pessoas, criando não só os conflitos relacionais, como os emocionais. Cuidado, o ego sempre quer estar presente independente da vontade interior.
Sabemos por experiência que represar é acumular pressão. Com a pressão acumulada, o indivíduo passa a se sentir mais acuado e menos relaxado. O resultado final é a tristeza profunda, a angústia, a melancolia e tantos outros sintomas ligados a não realização pessoal que ferem a alma. Todo ser pensante que não expõe com facilidade aquilo que se quer exprimir causa dano ao corpo que é afetado pela crença de ser incompetente. O silêncio neste caso não é e nunca será a alma do negócio. Omitir sentimento reprimido é o mesmo que não retribuir afeto e carinho.
O tempo muda, mas, o sentimento não muda. Se os homens criam paradigmas através de suas mentes criativas, o coração sabe que é incapaz de criar. Desde que veio ao mundo sua capacidade é a mesma, além de órgão pulsante, a de amar e ser amado. Compreender e ser compreendido.
O que cada um carrega no âmago tem que nascer para festejar a alegria de ser glorificado, não só pela paz da consciência tranquila, bem como do dever cumprido, em conformidade com a felicidade de ser a expressão mais nobre do universo criador.

Rubens Fernandes
rubensfernandes@bol.com.br

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