terça-feira, 24 de maio de 2011

Atrás do monte

Atrás do monte
A felicidade está atrás do monte. Percorremos a vida subindo e caindo tendo como destino chegar até o alto e, de lá, descer para encontrar a morada nas terras férteis que buscamos conquistar. Trata-se de uma luta diária sem perder de vista o sonho da realização. É preciso não permitir que esta chegada seja no momento que caminhamos para morte. É preciso alcançá-lo ainda com capacidade física e mental para desfrutar das vontades enraizadas, atrás de tudo aquilo que amontoamos. Toda vez que nos refugiamos, aumentamos o monte que construímos para tornar mais leve o sentimento de medo, exigido para vencer as crenças e que não constituem a verdade do que queremos. Assim, é preciso ir ao encontro do obstáculo a ser ultrapassado. Para tanto, a exposição das metas verdadeiras é fundamental. Porém, todo cuidado é pouco com as atitudes. Nunca confundir personalidade com falta de humildade. Falta de humildade é sofrer na obrigação de provar ser capaz de transpor barreiras. Personalidade é chegar pelo desejo da vitória e dividi-la com quem ama. Sem esforço da provação, mas, no esforço da motivação interior.
Muitos chegam até a metade, alguns chegam quase no topo, outros vivem próximos da base. Poucos são os que chegam ao cume, aonde ir além, desoprime pelo conhecimento da verdade, pois, é atrás da sujeira que se esconde a existência da liberdade. Enfim, é a busca constante para chegar ao apogeu. É o mesmo que escalar o Monte Everest, sempre em direção a natureza de um vencedor. Onde o reino do céu está estabelecido para todos num reinado de igualdade e fraternidade. Do alto, admirar o infinito. O nada que permite a construção do todo.
Se deslocar para cima é dolorido, a descida é o alívio das energias desprendidas, traz consigo a segurança de ser capaz.
Trata-se de uma subida que exige conhecimento e sabedoria, nunca a força física. Habilidade para compreender o passado que nos trouxe a montanha a ser superada. Determinação para enfrentar os barrancos que surgirão ao longo do percurso. Entender que o limite é chegar até o alto para poder decidir qual lado do mundo quer ficar. Sem culpa ou culpados. Com amor e não com a exigência de ser amado. Sem reclamo do porque sou assim, mas, na compaixão do porque os outros são assim. Desta feita, sem o peso que nos faz retornar onde tudo começou. A experiência atenua o caminhar para cima. Nela está integrado o universo que a tudo criou. E, colocada em prática, dissolve os morros que retrocede o objetivo individual de cada um, alcançar o idêntico universo criador. Livre, leve e solto.
Já repararam que quando estamos em perigo nos escondemos atrás do monte, ou melhor, atrás de todas as sujeiras amontoadas? É uma forma de sobrevivência que torna a montanha cada vez mais alta. É a ilusão de ser e não a realidade de existir.
Não importa onde estejamos... Temos uma jornada iniciada ao nascer, ir para trás do monte, não na hora do perigo e, sim, na dissolvência de estabelecer o direito da felicidade constante. É lá que estão as terras prometidas a Moisés ao povo de Israel.

Rubens Fernandes
rubensfernandes@bol.com.br

Um comentário:

fabiogarufe disse...

Muito legal Rubinho Grande Abraçodo seu amigo do ràdio Fábio Garufe