terça-feira, 17 de maio de 2011

Rainha do lar

Rainha do lar

Gosto destas palavras e me atrevo a escrever sobre elas. A sentença me leva a refletir e buscar num processo de pesquisa interna ou externa, as mais variadas interpretações, mas, neste momento, quero apenas tê-la no pensamento e traduzi-la na escrita, como uma homenagem a minha mãe, Leoni Fernandes de Almeida, forte e saudável nos seus 83 anos. Sofrida pela perda precoce da filha “Cidinha”. Sem discriminação as outras, apenas utilizando-a para simbolizar a soberana do lar, de todas que já existiram, existem ou existirão.
Afinal, para mim, a Rainha do Lar é a eterna protetora dos filhos. Sejam eles desgarrados ou grudados no rabo da saia, perdidos ou não, só sei que em alguns casos, homens barbados vivem a buscar em outras mulheres a querida proteção, principalmente, depois que o casamento o separa da mamãe. Tem momentos que o sentimento de abandono é tanto que muitos são obrigados a encontrar amparo na mãe dos próprios filhos. Sogras inteligentes sabem o que é isso, bota a experiência para funcionar e acolhe o genro desamparado. Vira super mãe, tudo para auxiliar a filha. Sogra que é sogra é assim... Quando o dela vai, trata logo de repor com o da outra. Por outro lado, acabam sufocando o genro que nunca esquece a comidinha da mamãe. É uma confusão danada que acaba não dando muito certo.
Sei que mães agem por amor e chegam ao extremo de abandonar as criações, fazem por não acreditarem na capacidade de amar ou suportar o encargo de criar. Parece ilógico defendê-las, mas, reflitam e encontrarão a resposta no desespero de cada caso. Graças ao bom Deus são poucas as que atuam desta forma. Mesmo assim, é extremamente perigoso condená-las. Pois, mãe é mãe, a ela deve-se gratidão e compreensão sem julgamentos. Seus erros têm que ser superados pelo reconhecimento do canal da existência. E, vou além, são libertadoras quando vencidos pelo perdão e pela compaixão.
De criadoras a povoadora do mundo é a natureza dotando a mulher o dom da procriação. Sem elas, não existiria transformação. São verdadeiras rainhas dos lares. Umas apanham outras, humilhadas, e tantas abandonadas, com um detalhe, geralmente em defesa dos filhos amados. Feridas contra os ciúmes de companheiros ingratos seguem adiante. Todas integradas no nome de Maria... A mãe das mães que suportou o maior calvário de uma cria.
Tudo começou antes dela. O início foi à monarca de Deus, exemplificado na Bíblia como Eva. A partir desta analogia religiosa, surgiram muitos príncipes e princesas que logo viraram Reis e Rainhas. E, mãe que é mãe sabe o que isso. Dentro de cada uma existe uma Eva iniciando o compromisso de povoar o mundo. Sabe que a qualquer momento os filhos vão aos braços de outras. E, estas, passarão a ser mães e sogras. O infinito é a eternidade para os frutos continuados que delas virão.
Se na história religiosa Caim matou Abel, Eva sofreu muito e sofreria muito mais se soubesse que seus filhos futuros matariam e destruiriam a paz no mundo. Creio que as mães dos tiranos da humanidade, certamente padeceram ou padecem, na inocência de terem a natureza do instinto maternal, livre para amar os justos ou injustos. O Cristo ou Anticristo. Por isso, longe de aceitar a criminalidade praticada por eles, mas, amor de mãe é incondicional e merece isenção de culpa.
Quis fazer esta homenagem depois do dia das Mães, pois, entendo, todos os dias é dia de curtir a imperatriz do Lar. Então... Aproveitei o decorrer do mês de maio, tido e havido como mês das noivas, para homenagear todas as Mães e, por consequência, as futuras mamães.

Rubens Fernandes
rubensfernandes@bol.com.br

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